
Com o avanço das tecnologias, os preços competitivos e a enorme variedade de gadgets, importar eletrônicos da China se tornou uma prática comum entre os brasileiros nos últimos anos. No entanto, 2025 trouxe mudanças significativas em taxas, prazos e regras de tributação. Diante desse novo cenário, será que ainda compensa apostar nas importações diretas?
Neste artigo, analisamos os principais fatores que influenciam essa decisão, incluindo custos, confiabilidade, plataformas populares e o que realmente ainda vale a pena trazer de fora.
O que mudou nas importações em 2025?
Nos últimos anos, o governo brasileiro aumentou a fiscalização sobre compras internacionais. A nova política de tributação automática via Remessa Conforme tornou mais rígido o controle de produtos abaixo de US$ 50 — que antes eram, muitas vezes, isentos de impostos.
Agora, quase todas as compras feitas em sites como AliExpress, Shein, Temu e similares estão sujeitas a:
- 60% de imposto de importação
- ICMS estadual (média de 17% a 20%)
- Taxas postais dos Correios (quando aplicável)
Com isso, um produto que custaria R$ 300 na loja virtual pode facilmente ultrapassar os R$ 500 ao chegar no Brasil. Além disso, os prazos de entrega seguem variando entre 15 e 45 dias, mesmo com fretes pagos.
Quando ainda vale a pena importar?
Apesar do cenário menos favorável, ainda existem boas oportunidades, especialmente para produtos com alto custo no Brasil ou que não estão disponíveis no mercado nacional. Entre eles:
- Gadgets de nicho: teclados mecânicos personalizados, fones de ouvido específicos (como modelos QCY, Haylou ou SoundPEATS), microfones condensadores ou smartwatches com funções incomuns.
- Acessórios eletrônicos: suportes de celular, hubs USB, cabos magnéticos, luzes RGB para setup gamer e outros itens pequenos que mantêm boa margem mesmo com taxas.
- Peças para manutenção: baterias, conectores, sensores e componentes para celular ou notebook.
Produtos de valor muito alto, como celulares, notebooks e consoles, raramente valem a pena em 2025, a não ser em promoções muito específicas com envio prioritário ou isenção pontual de taxas (o que é cada vez mais raro).
Comparativo: comprar no Brasil vs. importar
Produto | Preço na China (c/ taxas) | Preço no Brasil | Diferença |
---|---|---|---|
Fone QCY T13 | R$ 180 | R$ 249 | -R$ 69 |
Teclado Mecânico 60% | R$ 320 | R$ 480 | -R$ 160 |
Celular Poco X6 | R$ 1.980 | R$ 2.299 | -R$ 319 |
SSD 1TB NVMe | R$ 400 | R$ 399 | +R$ 1 |
Como vemos, o ganho não é tão expressivo em alguns casos. Para itens com valor abaixo de R$ 300, a economia pode existir — mas exige paciência, análise do câmbio e aceitação do risco de taxação adicional ou atraso.
Principais plataformas para importação
- AliExpress: A maior variedade, envio para o Brasil com rastreio completo e suporte ao Remessa Conforme.
- Banggood: Ótimo para eletrônicos e ferramentas de nicho, como impressoras 3D e acessórios para makers.
- Shopee (internacional): Algumas ofertas competitivas, embora a variedade em eletrônicos seja menor.
- Amazon China e Global Store: Opções mais caras, porém com envio mais rápido e garantias mais próximas das políticas ocidentais.

Cuidados ao importar
- Verifique se o produto é compatível com o Brasil (frequências de rede, tipo de tomada, idioma).
- Opte por vendedores com alta reputação e avaliações detalhadas.
- Confira se o envio está marcado como Remessa Conforme no site (isso evita surpresas com taxas extras).
- Use cartões com bom câmbio ou plataformas como Wise e Remessa Online para evitar surpresas no IOF.
Conclusão: vale ou não vale?
Depende. Se você é um entusiasta em busca de gadgets exclusivos, conhece bem o processo e aceita os riscos de prazos longos e taxas, importar da China ainda pode ser vantajoso em 2025. Por outro lado, para itens populares com presença forte no Brasil, a diferença de preço raramente compensa o tempo de espera e a imprevisibilidade da tributação.
A dica é simples: pesquise, compare e use calculadoras de imposto para cada caso antes de fechar a compra.